Diferente do que muitos apontam, a criatividade não é um dom ou comportamento hereditário. Ela é uma habilidade de todo ser humano ligada à nossa capacidade de invenção, inovação, reinvenção e de solução de problemas.
Despertar e desenvolver a criatividade é um passo fundamental para torna-se ciente das oportunidades que aparecem em sua vida. O ambiente em que você cresce, seja em sua família ou na escola, interfere incrivelmente na sua habilidade de criar.
Criatividade é originalidade!
Um dia, um homem descobriu a máquina fotográfica. Como um dispositivo, que na época parecia uma caixa enorme, podia registrar um momento e permitir que pessoas voltem no tempo sem mesmo entrar em uma máquina do tempo? Ou então, indo ainda mais além, como um ser humano, após errar no passado, conseguiu criar um modo de viajar através de um meio de transporte alado?
Como criamos a roda, usada até hoje, séculos depois, para locomover pessoas, objetos e itens diversos? Como pensamos no fogo? Em um instrumento musical? Nos esportes? A lista é imensa, você sabe. O que essas pessoas tiveram de diferente foi o repertório amplo e uma vontade de recorrer a ele para montar e desmontar as suas vivências. É exatamente a ideia de combinar os erros e acertos para, a partir disso, provir o novo.
E, diferente do que muitos pensam, mais uma vez, a nossa criatividade pode ser aplicada em qualquer área da vida. Como é dito constantemente por Murilo Gun, comediante e professor, essa habilidade serve para resolução de problemas.
A base da criatividade é…
Não funciona para repetir as normas já pré-estabelecidas outrora. A ideia da criatividade é errar, adaptar e melhorar, pois, só assim, é possível desenvolver algo nunca foi pensado.
Mais que isso: a criatividade é um elemento necessário no contexto de trabalho que podemos viver rotineiramente. Os empresários mais criativos, por exemplo, são muitas vezes recompensados, visto que sabem pensar em soluções eruditas para diversos problemas. Já reparou isso?
Do que adianta ficar décadas em uma empresa, produzindo o que é solicitado e sem criar algo novo? Dificilmente vem promoção pra você. Ela é feita para solucionar e, consequentemente, enfatizar um novo tipo de lucro. Porventura, este ganho é consequência da criação.
Criatividade na arte
Charles Chaplin
Já no âmbito das obras artísticas, a criatividade é pontuada na capacidade do indivíduo de pensar e criar itens com valor e alto grau de originalidade em relação a outras anteriores. Charles Chaplin e Buster Keaton podem formar a dupla mais concisa de originalidade na história da sétima arte, por exemplo.
Chaplin com o seu cinema mudo reinventou o conceito de comédia nos anos 1930, no auge do desenvolvimento progressista da mídia. Com filmes como O Grande Ditador, onde ele criticava o nazismo na Alemanha, ou com Luzes da Cidade, que tcinha um comentário forte sobre a pobreza pós-crise de 1929, o ator/diretor se destacou como um dos melhores do período, considerado visionário por misturar gêneros, como comédia, drama e romance, ao comentar temas ácidos para a época.
Anos mais tarde, quando Chaplin já estava em sua época mais dramática (e com diálogos), surgia Buster Keaton, conhecido por muitos como plagiador e por outros como gênio. Enquanto o primeiro misturava gêneros, o segundo os criava. Keaton usava temáticas de filmes de ação, pouco usuais na época, para contar as suas histórias.
A discussão se estica até hoje e poucos se arriscam em apontar qual foi o mais original, sendo difícil discutir tamanha genialidade de ambos de inovar com o que tinham em mãos. O que é inegável, por outro lado, é que a dupla revolucionou o cinema.
Expressionismo Alemão
Do mesmo modo que a dupla reinventou a arte, o mesmo aconteceu com os gêneros e movimentos cinematográficos que nasceram durante as décadas dos 120 anos de cinema. O Expressionismo Alemão surgiu da decadência e sofrimento do país quebrado logo após a Primeira Guerra Mundial. No movimento, todos os filmes eram de temática de horror, onde os personagens sofriam e lutavam por sobrevivência em um país partido ao meio.
Do mesmo jeito que o Cinema Novo, movimento artístico que veio acontecer com a pobreza e durante a ditadura dos anos 1960, onde o realismo prevaleceu, assim como o movimento italiano. É tudo retroalimentado, como podemos observar, certo?
E exatamente por isso que a criatividade muitas vezes surpreende as pessoas da melhor forma possível, uma vez que frequentemente não esperam algo diferente. No entanto, a criatividade pode ter das mais variadas definições a partir do ponto de vista do receptor, ainda que seja uma competência desenvolvida na infância, visto que serve como fonte de ideias para criar algo novo.
A criatividade na infância
É durante a infância que nosso potencial criativo é ativado. Ou pelo menos deveria ser, como aponta Murilo Gun. Para ele, as escolas, pensadas inicialmente para o ensino básico, acabam por colocar os estudantes na mesma posição, sem nenhum destaque. Todos aprendem o mesmo conteúdo simplesmente para passar de ano e concluir a vida escolar, gerando dúvidas sobre o que querem fazer e sobre quem são.
Por causa disso que quando, de repente, um aluno cria algo novo, como uma música, ele é endeusado. Ora, se ele não tem aulas de música na escola e nunca foi em alguma aula de cursinho particular, então como ele aprendeu?
“Ele é um gênio. A genialidade é um dom”, como dizem. Por isso, por exemplo, que acredita-se que o potencial criativo humano tenha início na infância, quando as crianças têm as suas iniciativas incentivadas pelos pais. Logo, elas tendem a ser adultos ousados e inovadores.
Sim, o mérito é todo do jovem. Ele foi atrás, estudou, escutou muitas músicas, se dedicou em aprender, seguiu os mestres e se mostrou como um prodígio entre os demais, acomodados, na rotina do ensino fundamental e médio, que transforma os alunos em números que julgam a qualidade da escola.
A partir disso, quando as pessoas entendem que as suas atitudes são valorizadas, elas criam mais, sem se apegar ao medo de mudar o status quo. Quando percebem que não estão mais vivendo na corda bamba de perder o emprego, as pessoas inovam e revelam as suas habilidades mais criativas.
Como ter sucesso através de nossa imaginação?
Na antiguidade, a criatividade era observada como parte da natureza humana, como um dom dos deuses, um “estado místico de receptividade a algum tipo de mensagem proveniente de entidades divinas.” (Alencar, 2001,p.15).
Pensando nisso, as pessoas partem da ideia de que criatividade é sempre pensar em coisas 100% novas e originais, esquecendo que, na verdade, criatividade é combinar coisas já existentes. As pessoas logo pensam em uma inteligência excepcional, com uma imaginação fora do comum.
Contudo, o essencial é que a pessoa se esforce com dedicação e persistência às tarefas correspondentes àquele ramo do conhecimento. A ideia não é ser bem-sucedido para criar, sendo que, na verdade, a ideia é ser criativo para ser bem-sucedido.
Levando isso em consideração, seguem algumas dicas para despertar a sua criatividade.
Seja objetivo
É importante que a pessoa disponha de um modo de pensar bem claro e objetivo. É necessário que seja observador e pouco apegado a criatividade tradicional. Não seja conservador em suas ideias. Elas são suas!
Ser criativo também é errar
É inegável que é preciso uma grande coragem para se aventurar numa estrada desconhecida, sendo que a chance de cometer erros é abundante, não, é? Não ter medo de se dedicar é um elemento indispensável a mentes criativas. Indispensável! Se permita ao erro! Libere o caos dentro de você.
Não seja escravo de si mesmo
É importante que a pessoa que pretende permanecer criativa não se deixe escravizar pelas suas próprias ideias “absurdas” e “inovadoras”. É essencial que o espírito criativo nunca se dê por satisfeito e sempre visualize outras possibilidades. O processo de desenvolvimento humano é interminável, de modo que toda obra é incompleta. Tire proveito disso!
Tenha repertório
Grande parte dos profissionais de uma área só leem conteúdos da própria área. Normalmente o arquiteto só lê livros de arquitetura e o médico só lê sobre medicina. É algo natural. E, a partir disso, eles se tornam especialistas. Mas, se você quer ser criativo, não precisa levar esse comportamento tão a risca. Por exemplo, você pode ler livros e revistas de outras áreas, como de cinema, moda, esportes, gastronomia, astrologia etc. Procure coisas que geralmente não te interessam. Conhecimento é poder.
Sério.
Analise outros ambientes
Tenha em mente a existência de outras “bolhas”. Fique esperto em outros setores, departamentos, grupos, projetos, lugares, estilos e pessoas. Isso amplia a capacidade de análise da realidade, já que o hábito de pesquisar sobre novos campos da vida e do trabalho pode iniciar uma nova perspectiva de reflexão sobre o assunto em pauta para você.
O preço do absurdo
Uma ideia inovadora pode ser considerada um absurdo. É válido lembrar que a novidade, muitas vezes, gera uma reação de rejeição inicial pelo fato de ser um elemento desconhecido. Ora pois, com certeza você já passou por isso. Lembra de todas as risadas que escutou quando sugeriu algo fora da caixa? Não se limite a isso. O melhor ainda está por vir.
Então, sempre se pergunte “Por que não?”. É importante permitir que o impensável possa ser refletido na hora de colocar o plano em ação. Quer ir ainda mais além e conhecer essa e outras habilidades comportamentais? Clique aqui!
Isso é tudo, pessoal. Gostaram? Deixem nos comentários como a criatividade já impactou a vida de vocês.
Até a próxima, amigos!